—PAPÉIS AVULSOS
—MACHADO DE ASSIS
—O Segredo do Bonzo – Capítulo Inédito de Fernão Mendes Pinto
1 – Narração de um fato absurdo em primeira pessoa.
2 – A virtude e o saber têm duas existências paralelas: uma no sujeito possuidor; outra no espírito de quem ouve ou vê;
3 – Moral do conto: “a essência é a aparência.”
4 – Fernão Mendes Pinto – navegador português autor de Peregrinações. Fernão, mentes? Minto.
5 – O conto narra as vivências do narrador e de Diogo Meireles, na cidade de Fuchéu , no Japão seiscentista.
—O Segredo do Bonzo
— – Um sábio afirma ter descoberto a origem dos grilos: era a agitação do ar e das folhas de coqueiro.
—Outro sábio diz conhecer o princípio da vida futura: era uma certa gota de sangue de vaca.
—O sábio dos sábios era um Bonzo de nome Pomada, para quem: “das duas realidades paralelas, a única necessária era a da opinião.”
—Titané, discípulo de Pomada, usa um jornal para vender como especiais as suas alparcas comuns.
—O Segredo do Bonzo
—O narrador, adepto da doutrina, finge tocar um instrumento para uma platéia que se deleita, ouvindo... Nada.
—Diogo Meireles faz cirurgia em pessoas que tinham os narizes deformados substituindo-os por narizes metafísicos.
—Fim.
—Teoria do medalhão - Diálogo
—Diálogo entre pai e filho, às onze horas, após jantar comemorativo dos seus vinte e um anos.
—Medalhão: homem que ao chegar à velhice tenha angariado para si respeito e fama.
—Segundo o pai, para ser medalhão: a)deve-se usar uma máscara social que encubra os defeitos; b)não apresentar idéias próprias nem originais; c)decorar frases feitas, sem conteúdo, mas cheias de palavreados; d) usar sempre o senso comum;
—Teoria do Medalhão
—e) andar sempre com companhias frívolas, jamais sozinho; f) não ler, mas sempre frequentar. bibliotecas e livrarias; g)falar sempre aquilo com que todos concordem;h)fazer o bem desde que todos fiquem sabendo disso;i) na política ser sempre metafísico;j) não buscar filosofia nem imaginação; k)usar a chalaça ao invés da ironia.
—O relógio toca meia-noite: “Guardadas as proporções, a conversa desta noite vale O Príncipe de Machiavelli.”
—A Chinela Turca
—O Bacharel Duarte prepara-se para ir ao baile encontrar Cecília.
—O major Lopo Alves, amigo da família, chega de surpresa.
—Alves solicita de Duarte que leia a sua peça de 180 páginas.
—Após a saída do major, entram outros homens, acusando Duarte de furtar as chinelas turcas.
—È levado de casa e apresentado, num lugar estranho, a um homem velho e uma linda moça, parecida com a sua Cecília e com quem deveria se casar.
—A chinela Turca
—Segundo o velho, Duarte deveria se casar com a moça, escrever-lhe um testamento e depois se matar tomando um veneno.
—O padre que faria o casamento ajuda Duarte a fugir e é longamente perseguido até chegar a uma casa em que o major Lopo Alves está lendo um jornal.
—Duarte acorda com a última frase da peça de Lopo Alves. Tudo fora um pesadelo...
—E ele perdera o baile, o namoro de Cecília, mas as ninfas lhe trocaram uma peça ruim por um pesadelo.
—Dona Benedita
—Dona benedita tem 42 anos, é casada e tem dois filhos.
—Eulália é a filha prometida a Leandrinho, filho de dona Maria dos Anjos, então amiga de dona Benedita.
—Em uma festa, o Cônego Rôxo abençoa o casamento futuro.
—O marido de dona Benedita é o desembargador Proença, que trabalha no Pará e há muito não aparece.
—Dona Benedita
—Desde a partida do marido, dona Benedita promete visitá-lo, mas... não consegue.
—Três dias após o marido partir, ia seguir no primeiro vapor, mas desfez a viagem três dias depois.
—Propôs-se escrever uma carta ao marido, mas os afazeres domésticos... e o tempo que passa tão rápido...
—Dona Maria dos Anjos vem visitar dona Benedita, mas a encontra fria e indiferente.
—D. Benedita combina visitar a amiga Maria dos Anjos na quinta-feira.
—Dona Benedita
—D. Benedita, enfim, conclui a carta para o marido, falando-lhe sobre o casamento entre Leandrinho e Eulália.
—D. Benedita lia – mas não lia – três romances ao mesmo tempo.
—Eulália recusa-se a casar com Leandrinho, mas D. Benedita ameaça-a de obrigar-lhe, já que empenhara a palavra.
— D. Benedita quase não vai à casa de D. Maria dos Anjos, por causa de uma enxaqueca.
—Dona Benedita
—Eulália revela à mãe gostar de um oficial da marinha.
—D. Benedita promete ir ver logo o marido, vai comprar as passagens com antecedência, mas, na hora de pagar, resolve deixar para comprar na véspera.
—D. Benedita resolve não viajar, porque a sexta não era um dia bom para viagens;
—D. Benedita conhece a família do tal namorado da filha e se encanta de súbito, convidando-os para jantar em sua casa.
—Dona Benedita
—D. Benedita aceita que Eulália se case com o moço da marinha.
—D. Benedita nem se lembra de convidar M. dos Anjos.
—O desembargador morre no Pará. D. Benedita prepara-se para a viagem, mas... não pôde ir.
—D. Benedita começa a desgostar do genro depois do casamento da filha.
—Viúva, D. Benedita passa a ser cortejada por um adogado também viuvo.
—Dona Benedita
—Na dúvida entre casar ou não casar, D. Benedita, debruçada na janela, recebe a visita de uma fada que lhe diz: “Casa...não casarás...se casas...casarás...não casarás...e casas...casando... Essa fada era a VELEIDADE.
—Na Arca
—Após o dilúvio, Sem e Jafé, filhos de Noé, põem-se a discutir sobre a divisão de terras quando as águas abaixarem.
—Cem côvados para cada um é justo, mas e o rio.
—Divide-se o rio colocando um pau no meio, diz Sem.
—A correnteza derruba o pau e está tudo perdido, retruca Jafé.
—Fico eu então com o rio e as duas margens, diz Sem.
—Jafé o insulta acusando-o de roubo.
—Na Arca
—Cam, o terceiro, assistindo à briga, tente acalmar os irmãos, propondo chamar as esposas para opinar.
—A briga coninua. Cam é ignorado e surgem ameaças de morte entre Jafé e Sem.
—Sempre inflamados os dois contendores partem para os golpes.
—Noé é chamado. Jafé e Sem estão agarrados. Noé impõe respeito mas os dois permanecem se ferindo com os olhares.
—Na Arca
—Do alto da sua sabedoria, Noé murmura: “Eles ainda não possuem a terra e já estão brigando por causa dos limites. O que será quando vierem a Turquia e a Rússia?
—Ninguém pôde entender as palavras de Noé.
—Uma Visita de Alcibíades - Carta
—O desembargador abre um tomo de Plutarco e cai em Alcibíades.
—Espírita, o desembargador evoca o espírito de Alcibíades, que vem em carne e osso.
—O D. fala da nova Atenas; Alcibíades da antiga.
—Alcibíades se espanta quando descobre que Zeus morreu.
—O D. diz que vai a um baile.
—A túnica de Alcibíades se opõe às calças e aos sapatos do D. “Por que esses canudos de pano?”
—
—Uma visita de Alcibíades
—A gravata assusta Alcibíades; o colete com três botões o admira; a casaca o deixa consternado; e o chapéu o leva à segunda morte.
—O texto que lemos, então, é uma carta do D. ao delegado, pedindo para sepultar uma segunda vez Alcibíades.
—FIM. TCHAU E BÊNÇÃO!
Nenhum comentário:
Postar um comentário